CENTRO
EDUCACIONAL BEM QUERER
COMO
AMENIZAR O CIÚME DO FILHO MAIS VELHO PARA CHEGADA DO NOVO IRMÃOZINHO?
Noemi
Lourenço, Érika de Cássia e Jacqueline Tioschi
Sertãozinho
2014
Projeto
em parceria com a família- Como amenizar o ciúme do filho mais velho para
chegada do novo irmãozinho
Professoras: Noemi Lourenço e Érika de Cássia L. Silva
Justificativa
Porque ouvir e criar parcerias com a família?
Muito tem se falado a respeito dos principais
desafios que a escola do século XXI enfrenta diante tantos estímulos,
responsabilidades, avanços tecnológicos entre outros.
A imagem de sala de aula, com mesas e cadeiras
uma atrás da outra, com os alunos sentados, calados, olhando sempre para o
mestre da sala, que era visto sempre como o único detentor do conhecimento, que
ditava os conteúdos a serem memorizados, tornou-se um modelo arcaico. A escola
mudou, assim como as famíliasː mães e pais separados; avos, tios e babás muitas
vezes fazem o papel de responsável pelas crianças; casais homossexuais; mães e
pais ainda adolescentes e etc. Enfim, tudo isso se configura nos modelos de
famílias existentes nos dias atuais.
A escola e família constituem dois contextos de
desenvolvimento fundamentais para a trajetória de vida das pessoas. Por esta
razão, a relação entre ambas as partes deve ser harmoniosa com seus papéis
delimitados. A família não pode responsabilizar apenas a escola pela educação
dos filhos e a escola não pode responsabilizar a família o tempo todo pela não
aprendizagem dos alunos. As palavras chaves para um bom trabalho éː colaboração
e compartilhamento.
Uma das maiores dificuldade das escolas é
conseguir atrair os pais, a família e a
comunidade para os projetos escolares e principalmente para o processo
de ensino aprendizagem dos alunos,
devido a diversos problemas do cotidiano. Por ignorância e
desconhecimento dos benefícios dessa interação – escola e família – ou
comodismo, uma vez que é mais fácil não dar abertura para críticas e novas
opiniões, as instituições de ensino insistem em manter a família e a comunidade
longe da escola, rejeitando assim as grandes possibilidades que o trabalho em
conjunto destas três estâncias, conseguem atingir. A troca de informações, o
acolhimento, a divisão do trabalho, a democracia, tudo é possível com a
parceria entre todas as instituições de ensino, formais ou não formais. E é
essa intenção que deve mobilizar a escola: estar aberta ao convívio, flexível
as mudanças, evoluções e rupturas pois a mesma não pode ser vista jamais como
“o único sujeito que ensina” porque os alunos não são mais apenas “os sujeitos
que aprendem”.
A essência do ato de aprender está no diálogo, do
entendimento dos diferentes pontos de vista e compreensão. Sobre isso Freire
(1987, p.78) afirma que:
O diálogo é uma exigência existencial. E, se ele
é o encontro em que se solidariza o refletir e o agir de seus sujeitos
endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um
ato de depositar idéias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples
troca de idéias, a serem consumidas pelos permutantes.
O diálogo adotado como cerne do ato educacional
pode fazer com que se consiga na prática, cidadãos críticos, reflexivos e
dialogantes. A família deve sim, ser envolvida no plano de ensino das escolas,e
estas devem manter seus conteúdos o mais próximo possível da realidade da
criança, assim automaticamente a família se sentirá valorizada e acolhida.
A prática pedagógica, realizada pelo educador,
desenvolve conhecimento e atitudes reflexivas que contribuem para a mudança do
sujeito social e de seu entorno. Nesse sentido, deve-se pensar a escola como
espaço democrático em vista de uma autêntica comunidade dialógica,
exponenciando a curiosidade, a investigação, a confiança, o diálogo como
construção da autoeducação em que os sujeitos possam ser realmente o que são,
valorizando, assim, o florescimento do ser humano através de expressões
autênticas, efetivas e libertadoras.
Portanto, este trabalho justifica-se pela
necessidade de ouvir, dialogar e auxiliar os pais e familiares na educação
cidadã dos alunos.
Trecho retirado do trabalho:
SILVA, Érika de Cássia Lopes. Escola e família na construção da cidadania. Ribeirão Preto, 2013. 50 f.
Monografia - curso de especialização em “Ética, Valores e Cidadania na escola”
da Universidade de São Paulo- USP, pelo programa da Universidade Virtual do
Estado de São Paulo- UNIVESP. Ribeirão Preto, 2013.
Referencias
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17a. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1987.
Delimitando o tema de atuação: Como amenizar o ciúme
do filho mais velho para chegada do novo irmãozinho
A dificuldade das crianças em receber um irmão é
sempre um problema de ordem familiar e cultural. A chegada de mais um membro na
família pode deixar o primogênito inseguro. Antes, o mundo era só dele e agora
terá que dividir com um “novo intruso”, principalmente a atenção dos pais.
A sensação de estar excluído é comum e esse
sentimento pode causar contradições dentro da criança que associa a chegada do
bebe com a perda de seu reinado ao mesmo tempo que deseja ganhar um novo amigo
ou amiga.
A demonstração do ciume pode variar de criança
para criança. Algumas ficam desobedientes com choros e birras, outras tornam-se
agressivas com os pais ou até mesmo com o irmão e outros ainda regridem no
comportamento, voltando a usar chupeta ou mamadeira, não controlando seus
esfíncteres e voltando com a fala infantilizada. Essas são condutas que tem o
único objetivo de chamar atenção dos pais e familiares. É importante que os
pais tenham paciência, pois o ciume é uma reação emocional normal e tem que ser
resolvido com muito dialogo e compreensão.
A chegada do irmão criará limites para que o mais
velho aprenda a viver em sociedade desenvolvendo de forma positiva seu
relacionamento afetivo e social. Os pais devem sempre esclarecer a vinda desse
bebe desde o inicio da gravidez dizendo que o novo membro precisará de um lugar
para dormir, de roupas para não sentir frio, se alimentar no peito da mãe como
ele fez e que vai chorar muito, só podendo brincar depois que crescer. Os pais
devem envolver os primogênitos nas decisões do novo bebe e ainda pedir sua
ajuda nos cuidados com o irmãozinho. A familia deve tomar muito cuidado ao
retirar tudo que era do irmão mais velho para o novo filho, para que as perdas
não sejam associadas ao bebe e é claro, não se deve descuidar daquele que até o
momento, ocupava todos os espaços da casa. Eleve a auto-estima da criança,
potencialize suas qualidades e as vantagens de ser o mais velho. É importante
também atribuir responsabilidades sobre o irmão. Isso ajudará na integração já
que assim ele se sentirá útil.
Assim que esta criança se sentir segura do amor
dos pais, valorizada e integrada no novo ambiente familiar, o ciúme diminuirá e
a aceitação do irmão será natural. Os pais têm que demonstrar interesse pelas
atitudes dos filhos. O dialogo é a melhor maneira de fazer a criança expressar
seus sentimentos e emoções.
A
importância deste projeto justificou-se pela dificuldade dos alunos do 2°ano na
aceitação de receber novos membros da família, principalmente do sexo oposto.
Outras
considerações:
Nesta fase é importante que os pais tomem alguns
cuidados como:
-As tarefas de casa devem ser divididas: As crianças
precisam compreender que as responsabilidades com o filho cabem a mãe e o pai
juntos. Crianças que crescem ao redor de pais que apenas trabalham e saem e
mães que se desdobram para os afazeres domésticos tem maior probabilidade de
desenvolver personalidades machistas ou feministas;
-Os pais devem sempre conversar a respeito do
comportamento dos filhos sem a presença das crianças. Decidir o que fazer na frente
dos pequenos causa confusão sentimental, principalmente no que se refere a
figura do que impõe limites e regras e o outro que sempre o defende das ameaças
e do castigo. É preciso entrar em um consenso antes de aplicar qualquer
punição.
-Os pais jamais devem fazer comentários ruins sobre
seus parceiros para os filhos. Isso pode criar pensamentos permanentes sobre a
forma como enxergamos o homem e a mulher na relação. É válido ressaltar que os
adultos são os modelos das crianças.
-Jamais culpe o bebe pelas falhas da criança mais
velha, ou até mesmo retire seus pertences por conta do orçamento apertado;
Duração do
projeto:
Três semanas
Público alvo:
Alunos e suas respectivas famílias do 1° e 2° ano do
ensino fundamental do CE Bem Querer.
Objetivos geral
·Atender as necessidades dos alunos e de suas famílias,
ampliando as possibilidades do trabalho em equipe.
Objetivos
específicos
·Levar o aluno a entender que todas as pessoas da
família exercem papéis importantes;
·Melhorar o convívio social;
·Reconhecer o valor de uma família;
·Orientar os pais e familiares sobre como agir neste
momento;
·Melhorar o ambiente familiar tornando momentos em
família agradáveis;
·Reconhecer que a chegada de um irmão não irá tirar o
seu lugar como filho;
·Estimular o respeito ao sexo oposto;
·Minimizar questões sentimentais de preconceito e
discriminação;
Metodologia
·Rodas de conversa;
·Filmes;
·Reportagens;
·Entrevista
·Brincadeiras;
Conteúdos
·Socialização;
·Respeito;
·Preconceito e discriminação;
·Responsabilidade;
·Autonomia;
·Compreensão;
·Diversidade;
·História do Brasil;
·Tipos de texto: entrevista
·Matemática;
·Linguagem oral e escrita;
·Cultura brasileira;
Tempo de duração das atividades
Algumas experiências irão acontecer no momento em que
a aula estiver sendo dada, entretanto a duração destas atividades serão de 40 à
50 minutos cada aula.
Organização do espaço
As atividades serão desenvolvidas no pátio da escola,
na sala de aula, sala de vídeo, e no contexto familiar.
Feedback
Os alunos estarão sob constante observação. Será feito
um registro semanal no caderno de atividade da professora, explicando passo-a-
passo para que depois possam ser comparados os resultados, entre o antes e o depois.
Além disso, utilizaremos câmera fotográfica e filmadora para registrar algumas
das atividades propostas;
Recursos que a escola possui
·Boneca;
·Banheira;
·Sabonete;
·Aparelho de DVD;
·Lençol;
·Computador com acesso à internet
Recursos que a escola e os pais irão providênciar
·Câmera fotográfica;
·Fotos;
·Filmadora;
·Gravador;
Avaliação
Os alunos serão avaliados diariamente, através de seus
comportamentos, rodas de conversas e também durante as brincadeiras.
Produto final
Vídeo da roda de conversa, mural com fotos, registros
das entrevistas.
Sequência Didática
1° Atividade-Roda de
conversa
Em circulo os alunos farão
uma roda de conversa para discutir sobre os sentimentos evidenciados na espera
de um irmão, como por exemplo, o sexo desejado, as expectativas, o
comportamento dos pais e etc;
2° Atividade- Brincando de
cuidar de um bebe
Cada aluno escolherá uma
boneca para ser seu filho (a). Depois disso eles terão que dar banho, trocar as
fraldas, dar comida. Durante a aula, a professora simulará um choro e os alunos
deverão parar suas atividades para cuidar da criança;
3° Atividade- Brincando com
a boneca
Dando continuidade a aula
anterior, os alunos deverão executar tudo que os pais geralmente fazem por seus
filhos como: alimentar, dar banho, trocar as fraldas, colocar o bebe para
arrotar, colocar para dormir e etc;
4° Atividade- Se colocando
no lugar da mãe ainda grávida
A professora deve
providenciar um lençol pesado e grande. Feito isso, ela deverá criar uma
barriga de grávida e colocar em todas as crianças. Os alunos deverão correr,
andar, subir escadas, abaixar e levantar com a barriga, simulando gestar um
bebe.
5° Atividade- Assistir vídeo
de mulheres fazendo atividades masculinas e vice versa
As crianças irão assistir
vídeos de mulheres que não deixam de fazer diversas atividades por ser uma
mulher, mostrando assim que não é necessário ter preconceito com o sexo
feminino e que todos tem o direito de fazer tudo o que quiserem.
6° Atividade- Painel com
figuras de mulheres fazendo diversas atividades masculinas.
Todas as crianças irão fazer
uma pesquisa em casa de mulheres fazendo diversas atividades que são
consideradas masculinas, na escola iremos montar um painel que ficará exposto
na escola para que todos possam ver.
7° Atividade- Transcrição da
pesquisa familiar feita em casa
Na sala de aula iremos ouvir
as gravações feitas em casa pelos alunos e iremos transcrever no caderno
escolar das crianças explicando que existem diferentes tipos de texto e que os
repórteres trabalham dessa mesma forma.
8° Atividade- Pesquisa sobre
a origem do nome
Em casa as crianças irão
fazer uma pesquisa sobre a origem de seus nomes, na escola irão apresentar para
todos os seus colegas de sala e explicar a origem de seus nomes, logo após irão
fazer um desenho representando o significado.
9° Atividade- Cuidar de uma
criança na escola
As crianças irão cuidar de
seus irmãos na escola, quem não tiver um irmão poderá escolher uma criança mais
próxima para sentirem a responsabilidade de cuidar de um bebê real.
10° Atividade- Álbum de
fotografia e fotos de família
As crianças irão trazer para
a escola fotos de quando eram bebês e mostraram a todos os seus colegas de sala
falando o nome de todos os seus familiares e amigos.
11° Atividade- Dia do super mercado
As crianças irão vivenciar situações em que percebam a
importância de saber lidar com dinheiro, sabendo quais são as prioridades e
necessidades da família quando se tem um bebê.
12° Atividade- História do dia da mulher
As crianças irão ouvir a história da mulher e saber
quais foram as dificuldades enfrentadas por todas durante muitos anos para
conseguirem a liberdade de fazerem o que quiserem de suas vidas.
13° Atividade- Ultima roda de conversa
Na ultima roda de conversa iremos observar se todos
compreenderam bem o tema abordado, e também se internalizaram a real intenção
de perceberem que as mulheres possuem sim um grande papel na sociedade e em
casa, que uma mãe quando descobre que vai ter outro filho não deixa de amar o
outro, e que prioridades existirão, mas que será necessário muita paciência,
presentes não são necessários todos os dias sim em datas comemorativas.
Iremos observar se todos compreenderam a real intenção
do projeto.
ANEXOS
Entrevista Familiar
Para mãe
1-Se
eu fosse um menino (a) qual teria sido meu nome?
2-O
que você sentiu quando eu nasci?
3-Qual
foi a primeira reação de vocês quando descobriram que eu iria nasce?
4-Você
esta feliz comigo?
5-Quem
deu meu primeiro banho quando eu cheguei em casa?
Para o pai
1-O
que você sentiu quando eu nasci?
2-Quando
eu era bebe você me dava banho?
3-Como
você e minha mãe se conheceram?
4-Como
vocês se casaram?
5-Quem
me levou para cortar o cabelo pela primeira vez?
Para o avÔ ou avÓ
1-Qual
foi sua reação quando soube que seria avo?
2-Você
ajudou a cuidar de mim quando eu nasci?
3-Qual
foi o primeiro presente que você me deu?
4-Qual foi o primeiro lugar que você me levou
para passear?
5-Você
me deu banho quando eu era bebe?
Para o tio ou tia
1-O
que você sentiu quando eu nasci?
2-Quantos
anos você tinha quando eu nasci?
3-Quando
foi a primeira vez que você me viu?
4-Onde
tiramos nossa primeira foto juntos?
5-Onde
você me levou para passear pela primeira vez?
Observação: a entrevista deverá ser
filmada ou gravada em gravador. O material deve ser enviado na terça-feira dia
11 de março em um pen drive para atividade do projeto “Família: Como amenizar o
ciúme do filho mais velho para chegada do novo irmão”.
não receberemos nenhum material após a
data estabelecida
Qualquer dúvida, estamos à disposição.
Desde
já grata
Professoras:
Noemi Lourenço e Jacqueline tioschi
Coordenadora:
Érika de cássia
Muito bom meninas...Parabéns..
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