quarta-feira, 24 de julho de 2013

Método fônico de alfabetização

Uma das dúvidas mais frequente dos pais ao visitar uma escola é referente ao método de alfabetização adotado pela instituição. Essa preocupação é decorrente dos inúmeros métodos defendidos pelos pesquisadores, autores e educadores"Qual deles será o mais eficaz? Meu filho (a) irá aprender a ler com quantos anos?" Já para os professores a dúvida é "Como garantir um aprendizado significativo para os alunos?" Enfim, para responder a estes questionamentos, segue abaixo um texto sobre o Método Fônico de Alfabetização que é o método utilizado em nossa escola para alfabetizar os pequenos.

Nestes 5 anos de escola, e 4 que lidamos com o processo de alfabetização, os alunos com apenas cinco anos de idade (Jardim III) estão alfabéticos e seguem para o primeiro ano já escrevendo sílabas simples e complexas, formando frases e textos. Diante disso surge uma nova dúvida, será que a escola esta respeitando a infância? E a resposta é sim! Por incrível que pareça os alunos da educação infantil passam no máximo uma hora e meia na sala, e o resto do período em que estão na escola, os alunos possuem outras tarefas como brincar, cuidar das tartarugas e da horta. Além disso a caixa de areia, e as aulas de educação física, ballet, futsal e música servem para oferecer o máximo de experiencias possíveis e de interação com os outros colegas. Então como é que as crianças conseguem ler com tão pouca idade? E a resposta para esta pergunta é, quanto mais contato com o mundo oral e escrito (comunidade letrada) a criança tiver mais rápido será o processo de compreensão do sistema de leitura e escrita.

Os métodos fônicos também são conhecidos por métodos sintéticos ou fonéticos. Partem das letras (grafemas) e dos sons (fonemas) para formar, com elas, sílabas, palavras e depois frases. 

No principal modelo de Método Fônico utilizado pelos professores alfabetizadores, as crianças não pronunciam os nomes das letras, mas sim os seus sons.
O linguista americano Bloomfield, propositor do módulo fônico desse método, defende que a aquisição da linguagem é um processo mecânico, ou seja, a criança será sempre estimulada a repetir os sons que absorve do ambiente. 

Assim, a linguagem seria a formação do hábito de imitar um modelo sonoro. 

Os usos e funções da linguagem, neste caso, são descartados (em princípio), por se tratarem de elementos não observáveis pelos métodos utilizados por essa teoria, dando-se importância à forma e não ao significado. 

No tocante à aquisição da linguagem escrita, a fônica é o intuito de fazer com que a criança internalize padrões regulares de correspondência entre som e soletração, por meio da leitura de palavras das quais ela, inconscientemente, inferir as correspondências soletração/som.
De acordo com esse pensamento, o significado não entraria na vida da criança antes que ela dominasse a relação, já descrita, entre fonema e grafema. Nesse caso, a escrita serviria para representar graficamente a fala. 
O método fônico baseia-se no aprendizado da associação entre fonemas e grafemas (sons e letras) e usa, em princípio, textos produzidos especificamente para a alfabetização. 
O método que o Brasil empregava antes dos anos 80 não era o fônico, mas o alfabético-silábico, baseado no ensino repetitivo de sílabas. 

Diferente do Método Fônico, que é baseado no ensino dinâmico do código alfabético, ou seja, das relações entre grafemas e fonemas em meio a atividades lúdicas planejadas para levar as crianças a aprenderem a codificar a fala em escrita, e, de volta, a decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento. 

O fônico é inteligente, lúdico e nada mecânico. Leva as crianças a serem alfabetizadas muito bem em quatro ou seis meses, quando passam a ler textos cada vez mais complexos e variados. 

Ele é tão eficaz em produzir compreensão e produção de textos porque, de modo sistemático e lúdico, fortalece o raciocínio e a inteligência verbal. 
O Observatório Nacional da Leitura da França e o Painel Nacional de Leitura dos EUA afirmam sua clara superioridade, mas o MEC nunca deu à criança brasileira a chance de aprender com o fônico e colher seus frutos. 
No método fônico, a alfabetização se dá através da associação entre símbolo e som. Para que a criança se torne capaz de decifrar milhares de palavras, ela aprende a reconhecer o som de cada letra. De outra forma, ela teria que memorizar visualmente todo o léxico, algo ineficiente do ponto de vista dos defensores do método fônico. 

O método parte da regra para a exceção.
Quando se usa o método fônico se melhora a compreensão do texto. 

No método ideovisual, onde o professor dá logo o texto, o que acontece é que a criança tende a memorizar as palavras. Porém, o código alfabético não se presta à memorização fácil porque as letras são muito parecidas. 

Com isso, o que acontece é que a criança troca as palavras quando lê (paralexia) e troca palavras na escrita (paragrafia). 

Esses erros ocorrem porque o alfabeto não se presta à memorização visual. Ele tem que ser decodificado. 

Ele foi inventado pelos Fenícios para mapear sons da fala, por isso é eficiente. Se você sabe decodificar não precisa memorizar.

Quem opta por ser alfabetizador o faz por amor, por idealismo. 

Uma pessoa idealista é a primeira a se apaixonar pelo seu trabalho quando ele funciona. O método fônico produz resultados extraordinários. 

Em três meses uma criança está lendo o que não lia em dois anos sob o método ideovisual. As professoras que empregam o método fônico ficam maravilhadas com sua eficácia.

Para aprender é necessário decodificar. 

Decodificar nada mais é do que converter os grafemas em fonemas. 

Aprender a pronunciar a palavra em presença da escrita. 

Quando pensamos em palavras usamos nossa voz interna. 

Quando lemos em voz baixa escutamos nossa voz. 

Isto é o processo fônico: a invocação da fala interna em presença do texto. 

O método ideovisual desestimula esta fala interna. 

Ele tenta estimular a leitura visual direta, portanto, a memorização. 

Só que não é possível memorizar ideograficamente todas essas palavras. 

A forma correta é aprender a decodificar. 

Quando fazemos isso, naturalmente se consegue produzir a fala e entender o que se está lendo.
Para alfabetizar, a criança deve ser levada a participar da linguagem escrita. Para isso, é necessário um diagnóstico prévio que aponte qual é a relação do sujeito com o texto. 

Assim, podem-se definir estratégias e exercícios que façam o aluno ler e escrever.
Para Sílvia Colello, os PCN não devem subestimar as crianças e nem reduzir o ensino àquela relação unívoca em que o professor ensina e o aluno silencia. 

Rodeadas por estímulos visuais e sonoros, televisões, computadores e videogames, seria equivocado crer que elas se interessariam e se reconheceriam verbalmente com frases como “o boi bebe e baba”.

Segundo a professora, é interessante notar que os defensores do método fônico no Brasil são psicólogos, em sua maioria. 


“Eles não lidam com a língua enquanto sistema em implementação. Eles estão preocupados em encontrar uma metodologia que seja objetiva e controlada, para ensinar a ler e a escrever. Mas só isso não é suficiente hoje em dia”, afirma. De acordo com Colello, pode-se até ensinar a criança a ler e a escrever, mas se anulará o gosto que ela poderia vir a ter pela leitura.
O grande argumento contra os parâmetros construtivistas é o péssimo desempenho do Brasil em diversas avaliações nacionais e internacionais, como no Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) e em avaliações da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) desde que o conceito foi incorporado nos PCNs, em 1996.

Bibliografia : 

Alfabetização no Brasil - Uma metodologia ultrapassada - Fernando C. Capovilla - RedePsiConstrutivismo não é método para alfabetização - Mariana Garcia, Revista Com Ciência;Construtivismo x Método Fônico - Telma Weisz e Fernando Capovilla (Abrelivros);O método Fônico na Alfabetização de Crianças - Vicente Martins - TextoLivre;

Retirado do Blogger Espaço Educar

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